Os Maias

História de contato - aborígene e colonizado

   A Civilização Maia, de acordo com Silva (2019), teve seu apogeu entre 250 d.C. (século III) e 900 d.C. (século IX). Depois desse período, iniciou-se a sua decadência. Segundo a mesma fonte, esse momento foi de suma relevância para o seu “desaparecimento”. Denominam esse período como sendo “Período Pós-Clássico”. Ou seja, corresponde à última etapa da história da América pré-colombiana, em que houve o declínio de outras civilizações. 

   Neste contexto, não se sabe ao certo os motivos pelos quais levaram à desintegração da organização política dessas sociedades. Para o mesmo autor, as principais hipóteses deste cenário, relativo aos Maias, foram: a falta de alimentos resultante da superpopulação e do esgotamento das terras, desastres naturais, doenças, além de guerras.

Foto 1: Representação do contato com os espanhóis, e os últimos Maias.
Foto 1: Representação do contato com os espanhóis, e os últimos Maias.
    
Além disso, diferentemente dos Impérios Incas e Astecas, os Maias, não possuíam um império. Eram organizadas em cidades-estados, bem como a Grécia Antiga. E essas cidades-estados detinham a capacidade administrativa independente. Assim, a história de contato entre os Maias e os espanhóis, dá-se no declínio da Sociedade Maia. Por isso, quando os colonizadores invadiram seus territórios, encontram-lhes [...] essas cidades total ou parcialmente vazias. 
Foto 1: Representação do contato com os espanhóis, e os últimos Maias.
    Apesar disso, essa sociedade por ter como características as cidades-estados, a colonização nunca deu-se de maneira completa, pois a organização política era feita em cidades, não em um império centralizado. Com isso, conforme salienta Braick e Mota (2016, p.14), os espanhóis utilizaram a mesma estratégia empregada contra os Astecas - formaram alianças com alguns povos Maias para derrotar outros -. Contudo, inicialmente, essa estratégia deu certo, porém, quando os espanhóis tentaram impor um sistema de imposto para com os aborígenes, eles se revoltaram e lutaram contra essa tentativa de imposição. Desse modo, os Maias tiveram seu primeiro contato com os colonizadores de maneira pacífica. Porém, quando tentaram colonizar, eles resistiram. E graças a sua formação política distinta das sociedades que viviam nesse período, sua colonização nunca se deu de forma completa. Apesar de estar em estado de declínio. 

Aspectos sociais e étnicos 
 
   Segundo Juliana Bezerra (2015), as civilizações maias eram compostas por castas, onde os reis ocupavam a posição mais alta, sucedido pelos sacerdotes. A sociedade maia era dividida em classes sociais. A nobreza, que possuía as terras e cargos decisivos e era possuidora dos mais altos títulos militares e religiosos. A maior parte da população era composta por camponeses, que sustentavam a nobreza, o clero, os comerciantes e os artesãos. Além do mais, podemos afirmar que os clãs familiares eram caracterizados como sendo fechados. Além de haver também uma grande disputa entre diferentes grupos. 

   Quanto aos aspectos étnicos, desde 1960 a civilização Maia começou a ser desvendada. Adverso ao que se pensa, os maias não eram um único povo, mas sim vários povos (etnias) que tinham a mesma origem linguística e cultural, e habitavam a América Central, especificamente no (sul do México, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador). 

Aspectos religiosos e culturais 
 
   Em relação a questões voltadas à religião eram caracterizados como seres politeístas, ou seja, tinham sua religião centrada em diversos e variados deuses que, para eles, viviam em um local denominado “Tamoanchan”. Com isso acreditavam que os fenômenos da natureza como chuva e sol eram ocasionados por esses deuses. Alguns desses grupos de deuses são os seguintes: 
-Ixchel: casada com outro deus denominado Itzamna, é a deusa da fertilidade, gravidez e parto, protetora das tecelãs e podia prever o futuro. Além de ter um lado obscuro, com a presença de serpentes que substituem os cabelos. 
-Itzamna: casado com Ixchel, é o deus dos céus, dia e noite, tinha poderes de cura. Os maias acreditavam que ele era considerado o inventor da escrita, do calendário e rituais religiosos. 
-Tohil: deus do fogo e sacrifício. Segundo o mito da origem primária da humanidade houve o seu término devido a força de dois dos quatro elementos da natureza, fogo e água. 

   Ademais vale ressaltar que a tradição maia realizava e retratava o sacrifício humano como um aspecto ritualístico, de suma importância, para o próprio povo e na área política. A crença era de que o sangue humano era imprescindível para o funcionamento e equilíbrio universal. Então os respectivos sacrifícios feitos na época, tinham a objetividade de agradar os deuses e evitar a ocorrência de caos e catástrofes.

   Consoante ao historiador Nicolas T. Saunders, o sacrifício humano como uma forma de obter prestígio no âmbito social e político. Os reis selecionavam guerreiros especializados na captura de governantes e pessoas influentes de cidades distintas, para o acontecimento do ato mortal. (NEVES, Daniel. Maias.  BrasilEscola, 2018). 

   Relatado anteriormente a cultura maia não envolve especificamente, o sacrifício humano, integram também atributos como o avançado conhecimento nas áreas de matemática, medicina e astronomia. Também possui um vasto desenvolvimento em aspectos como escritura, arte e arquitetura, juntamente com seu sistema astronômico e o calendário. Por fim, a referida civilização, se desenvolveu nas áreas, onde é ocupada pelos seguintes países: Guatemala, México, Honduras, El Salvador e Belize. 

Localização, população

   A civilização maia teve seus principais centros localizados na Guatemala e no México, mas vestígios dessa civilização também foram encontrados em El Salvador, Belize, Honduras, etc. Aproximadamente, os maias tinham populações entre 50 mil e 120 mil habitantes. Durante o início do período clássico, cidades em toda a região maia foram influenciadas pela grande metrópole de Teotihuacan, no distante vale do México. 

   Atualmente os maias sobrevivem em vários países da América Central, existem cerca de quatro milhões de indígenas que falam algum dos 28 dialetos maias. Seus descendentes vivem integrados à civilização mexicana e centro-americana em regiões como a Península de Yucatán e os estados de Tabasco e Chiapas, no México, Guatemala e parte de Honduras e El Salvador.
Foto 2: Representação de onde se localizava as sociedades Maias.

Processo de resistência, permanência e luta

   A conquista da América Espanhola foi o processo de ocupação da América pelos espanhóis e consequente controle sobre as áreas até então ocupadas pelos povos nativos. O avanço dos conquistadores aconteceu pouco a pouco, à medida que eles conheciam e descobriram novas regiões e deu-se, principalmente, pelo uso da violência contra os nativos (os maias).

Foto 3: Ruínas Maias.
No território que compreende o atual norte da Guatemala, Bellize e El Salvador, as conquistas espanholas sobre os maias foram extremamente demoradas e obtiveram resultados bastante frágeis e limitados. Nessa região, não havia um único e mais poderoso grupo maia a ser conquistado, mas muitos e pequenos reinos. Além deste fator, os maias por sua parte, revidaram, contra atacando os espanhóis, dificultando ainda mais a conquista dos territórios. Assim, a vitória sobre o reino maia não garantia o domínio total da região. E, como resultado disso, o processo de conquista durou quase dois séculos e nunca se realizou por completo, pois muitos povos maias conseguiram manter-se relativamente livres da dominação espanhola até o final do período colonial. 

Referências Bibliográficas: 


   1.BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Brecho. História: das cavernas ao terceiro milênio. 4.ed. São Paulo: Moderna, 2016. p.9-14. 

   2.SILVA, Daniel Neves. Civilização Maia. Portal História do Mundo, 2019. Disponível em: <https://m.historiadomundo.com.br/maia> . Acesso em: 30 de dezembro de 2021.


   3.PINTO, Tales. O CALENDÁRIO MAIA. Portal Brasil Escola. Disponível em: <https://m.brasilescola.uol.com.br/amp/historia-da-america/o-calendario-maia.htm> . Acesso em: 3 de janeiro de 2022.

 4.BEZERRA, Juliana. Maias. Portal Toda Matéria, 2015. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/maias/amp/> . Acesso em: 3 de janeiro de 2022. 

   5.NEVES, Daniel. Maias - Maias - Brasil Escola. Portal Brasil Escola, 2018. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/maias.htm> . Acesso em 3 de janeiro de 2022. 

   6.CABRAL, Danilo Cezar. Quais são os principais deuses maias?. Portal Super Interessante. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-são-os-principais-deuses-maias/>. Acesso em 3 de janeiro de 2022. 

 7.SILVA, Daniel Neves. Maias. Portal Brasil Escola, 2018. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/maias.htm> . Acesso em 30 de dezembro de 2021.
 
 8.Civilização maia. Portal Wikipédia, a enciclopédia livre, 2021. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o_maia>. Acesso em 30 de dezembro de 2021. 

   9.CAVALCANTI, Maria Clara. Maias, Incas e Astecas. Portal Quero Bolsa, 2021. Disponível em: <https://querobolsa.com.br/enem/historia-geral/maias-incas-e-astecas> . Acesso em 30 de dezembro de 2021.

 10.SALEME, Roseliane. Civilização Maia. Portal Infoescola, 2010. Disponível em: <https://www.infoescola.com/historia/civilizacao-maia/> . Acesso em 30 de dezembro de 2021. 
 11.Silva, Daniel Neves. Civilização Maia. Portal História do Mundo, 2019. Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/maia> . Acesso em 06 de janeiro de 2022.

Integrantes do grupo:
 

 - Cauê Araújo Arruda; 

- Gabriel Ferreira Vieira; 

- Lohanne Alves Silva; 

- Vítor Ramalho Francisco;

- Pedro Henrique Santos Ferreira.