Os Xavante

 

XAVANTES:

Os Xavante tornaram-se famosos no Brasil em fins da década de 1940, com a massiva campanha que o Estado Novo empreendeu para divulgar sua “Marcha para o Oeste”.

 

ORIGEM DO NOME E FAMÍLIA LINGUÍSTICA:

Os Xavante - que se autodenominam A´uwe (“gente”) - formam junto com os Xerente (autodenominados Akwe) do Estado do Tocantins, um conjunto etnolinguístico conhecido na literatura antropológica como Acuen, pertencente à família lingüística Jê, do tronco Macro-Jê. No período colonial e imperial, grupos Acuen também foram identificados pelos etnônimos “xacriabá” e “acroá”. Essas designações foram dadas por pessoas que não são indígenas visando identificar e distinguir os subgrupos dos Acuen que controlavam um grande território no centro-oeste brasileiro. Um fato importante é que os Xavante não devem ser confundidos com os Oti-Xavante  ( que são do oeste do estado de São Paulo) e nem com os Ofaié (Ofaié)-Xavante ( que são do extremo sul do Mato Grosso), com quem não compartilham nenhuma característica histórica ou sociológica em comum.

A versão mais aceita para explicar a origem do nome “xavante”, diz que ele lhes foi atribuído por pessoas não indígenas visando os diferenciar dos demais Acuen. Durante alguns anos, segmentos já identificados por pessoas não indígenas pelo nome “xavante” empreenderam travessias sucessivas dos rios Araguaia, Cristalino e das Mortes e refugiaram-se definitivamente no leste matogrossense até os dias atuais. Porém, entre si, os diversos subgrupos locais que compõem essa sociedade indígena se identificam como a’uwe ou a’uwe uptabi (“gente de verdade”). A língua materna é mantida e transmitida para as novas gerações – agora também através de espaços novos como o da escola - com extrema vitalidade.

 

LOCALIZAÇÃO E POPULAÇÃO:

 

No ano de 2020, os Xavante somavam cerca de 22.256 pessoas abrigadas em diversas Terras Indígenas que constituem parte do seu antigo território de ocupação tradicional há pelo menos 180 anos, na região compreendida pela Serra do Roncador e pelos vales dos rios das Mortes, Kuluene, Couto de Magalhães, Batovi e Garças, no leste matogrossense. Essa região está localizada em meio a um conjunto de bacias hidrográficas responsáveis pela rica biodiversidade regional e por conta disso, é a base do modo de vida tradicional indígena, mas ela vem sofrendo impactos ambientais desde a década de 1960 devido à sua incorporação pela agropecuária extensiva, que se intensificou a partir da década de 1980 pela crescente implementação da produção de grãos para exportação, em especial, a soja.

 

DINÂMICA DEMOGRÁFICA E AS TERRAS INDÍGENAS:

 

Os Xavantes (assim como todos os outros povos indígenas) sofreram uma grande diminuição populacional nas diferentes fases do contato com os "civilizados". A partir da década de 70, com o início da demarcação de suas terras, o crescimento demográfico passou a ser constante a uma taxa média de quase 5% ao ano. No século XIX teriam sido contados entre 3 e 5 mil nativos desse conjunto etnolinguístico então aldeados no Aldeamento de Pedro III na antiga Província de Goiás. Atualmente são cerca de 165 aldeias xavante espalhadas de maneira bastante desigual por cada uma das nove terras xavante: Parabubure, por exemplo, tinha no ano de 2003 cerca de 60 aldeias e uma população de 4.502 pessoas, enquanto Pimentel Barbosa tinha 6 aldeias e 1.570 pessoas.

 

Figura 1- Mapa das terras demarcadas dos xavantes

 

Fonte: Instituto Socioambiental, 2012.

 

HISTÓRICO DE CONTATO:

 

Já no início do século XVIII, o ouro havia sido descoberto na província de Goiás e a chegada de mineradores, bandeirantes, colonos e missionários pressionou as populações indígenas locais, provocando conflitos entre elas e os novos habitantes. Os nativos não reagiram da mesma forma com a chegada desses forasteiros, alguns recorreram à prática de ataques repentinos e à guerra; outras, ao estabelecimento na área ou à migração. Na segunda metade daquele século, outros grupos, alguns identificados como “xavante”, que estavam assentados em aldeamentos que eram patrocinados pelo governo, lá, eles sofreram com epidemias de doenças. Depois, no início do século XIX, os antepassados dos Xavante cruzaram o rio Araguaia. Essa travessia separou os Xavante dos Xerente, que ficaram na outra margem do rio. Velhos xavante contemporâneos contam histórias dramáticas sobre a separação de sua gente em relação aos Xerente. Em uma das versões, um grande boto ergueu-se no meio do Araguaia, tornando o grande rio intransponível e amedrontando os demais “parentes” que não o haviam atravessado. Outra versão dá conta de um grande número de botos encarregando-se de transportar os Xavante pelas agitadas águas do Araguaia. Depois de cruzar o Araguaia, os Xavante se estabeleceram na região da Serra do Roncador, no que agora é o estado do Mato Grosso. Seu povoado original, uma comunidade conhecida como Tsõrepre, passou por várias divergências ao longo do tempo. Durante o século XIX e a primeira metade do XX, vários grupos migraram para oeste, tanto pelo Rio das Mortes, tanto em direção às áreas do rio Suiá-Missu e das cabeceiras do Rio Kuluene. Quando o governo Vargas começou a “Marcha para o Oeste”, as pressões externas voltaram a agravar a vida xavante. Associada à campanha estatal em prol da abertura do interior do país ao processo de colonização, houve uma série de propagandas em revistas e jornais de circulação nacional que retrataram os Xavante como símbolo do “bom selvagem” brasileiro. Por consequência disso, eles foram os primeiros indígenas do Brasil a ficarem famosos por obra dos meios de comunicação de massa que, patrocinados pelo Estado, representaram os Xavante como primitivos bravos e heroicos do país. À medida que os grupos xavante cediam às pressões da expansão, os territórios que lhes haviam por mais de 100 anos garantido, tornavam-se facilmente acessíveis à colonização e, especialmente, à produção capitalista. Nos anos 1960 e 70, por causa incentivos fiscais do governo, destinados a estimular a colonização e o desenvolvimento econômico em larga escala da região, colonos e fazendeiros chegaram por lá. O acesso às terras do povo Xavante foi por meio de fraudes, inúmeras vezes. Lutas pela recuperação de terras ancestrais e esforços para demarcar as terras que ainda continuavam sob seus domínios caracterizaram o final da década de 1970 e o início da de 80. A partir de meados dos anos 70, muitas das famílias que deixaram as terras habitadasno período pré-contato para buscar refúgio em missões ou postos do SPI começaram retornar para seus territórios de origem. Ao pressionar fortemente o Estado visando à demarcação das terras, os Xavante enfrentaram adversários poderosos, como fazendeiros com grande poder político e imensas propriedades. Os Xavante são astuciosos na política e perseverantes na luta por seus direitos. Durante os últimos anos da década de 70 e começo da de 80, desenvolveram táticas eficazes para exercer pressão sobre o Estado, visando à obtenção de terras e de assistência em outros domínios.

 

ECONOMIA E MEIO AMBIENTE:

Os Xavante são habitantes da zona central do cerrado brasileiro em uma complexa eco-zona que combina uma mata de galeria e um cerrado. Essa é uma região marcada por duas estações muito bem definidas: uma época de seca e uma de chuva. Existe de forte cultivo agrícola, de feijão, abóbora e principalmente do milho. Os produtos que colhem das roças são pertencentes exclusivamente a cada um dos grupos domésticos. Tal coleta é suplementada por itens que são fornecidos pelos homens, principalmente fontes de proteínas, como peixe e carne. Esse povo faz prolongadas excursões. Nessas expedições, o território do grupo local era esquadrinhadopor segmentos sociais, os quais são compostos por conjuntos de grupos domésticos mais aparentados. A comunicação era mantida em sinais de fumaça. Mesmo com o esforço dos Xavantes em manter esse seu modo de vida, a intrusão de atividades voltadas para o mercado desordenou o estilo de vida e a economia desse povo. Para facilitar e acelerar o entendimento desse povo a economia e a sociedade regional, as políticas governamentais que foram implementadas pelo SPI, e depois pela Funai, os encorajaram a começar utilizar novas práticas econômicas, principalmente a agricultura de coivara e a criação de gado.

 

CONDIÇÃO DE SAÚDE:


Xavante está em processo de recuperação populacional, com alta taxa de natalidade e crescimento populacional constante desde o final da década de 1960. No entanto, a taxa de mortalidade infantil é relativamente alta - significativamente maior do que a média brasileira. Um estudo recente mostrou que apenas 86% das crianças podem viver até os 10 anos. Em muitos casos, a causa da morte é uma doença tratável, saneamento deficiente que pode ser melhorado por medidas básicas de saúde pública ou poluição da água. Doenças gastrointestinais (gastroenterites) e infecções respiratórias respondem por uma significativa proporção de mortes de crianças. Em várias aldeias, os dejetos humanos chegam à fonte de água utilizada pelos membros da comunidade. Pesticidas de fazendas vizinhas também podem contaminar as fontes de água. Hoje, o acúmulo de lixo e dejetos humanos na aldeia e seu entorno, bem como a contaminação dos mananciais, representam um sério risco à saúde pública da comunidade Xavante. Parte da razão para esses problemas é a mudança de um padrão de vida semi-nômade para um estilo de vida sedentário. O sedentarismo, a falta de caça e o plano de desenvolvimento da Funai levaram a mudanças dramáticas na dieta de Xavante, levando à desnutrição e problemas de saúde relacionados, como anemia. Mudanças na dieta alimentar, especialmente o gosto recém-adquirido por açúcar e farinha de trigo refinada, também se refletem na alarmante incidência de diabetes. 

Desde meados de maio, o novo coronavírus vem se espalhando no território da etnia Xavante. De acordo com o diagnóstico da “Análise de Demográfica e Infraestrutural das Terras Indígenas do Covid-19” da Associação Brasileira de Pesquisas Populacionais (ABEP), a etnia Xavante é considerada a terceira população indígena mais vulnerável do país à pandemia do coronavírus.

 

CERIMÔNIAS:

 

Dentre as principais cerimônias dos Xavante, duas competições esportivas cerimoniais se destacam como principais, que são elas as lutas corporais wa’i e as corridas de revezamento com toras de buriti, chamada por eles como uiwede. Essas competições esportivas acabam provocando rivalidades recreativas entre as metades ágamas opostas, isso acaba incitando características que são muito importantes para o estilo de vida xavante, que são a força e a resistência física. As lutas wa’i ressaltam publicamente as divisões tanto exógamas como ágamas, ao passo que as corridas de revezamento destacam as últimas, na medida em que colocam como adversárias classes de idade de metades águas opostas. As lutas wa’i acontecem antes de levarem os garotos à casa dos solteiros, nesse momento se tornam membros participantes de uma das oito classes de idade xavante. Em cada batalha se opõem membros das duas metades exogâmicas (poriza'õno e öwawê). Em uma luta, meninos e meninas da mesma idade reagem às provocações de um homem. Em pé, os dois lados lutaram vigorosamente, e quando um deles, geralmente um homem, conseguir derrubar o outro, a batalha acabou. Antes do nascer do sol, os pais dos meninos Xavante preparam seus filhos para um confronto chamado Oi'o, que significa "luta de raízes". No centro da tribo, com toda a comunidade ao redor, e os meninos lutam entre si para provar sua coragem e bravura. Essa batalha faz parte de uma série de etapas pelas quais os meninos Xavante devem passar antes de atingirem a idade adulta. Quando o menino Xavante tem 10 anos, vai para uma casa bem longe do resto da aldeia chamada H'o. Elias Tsirobo, irmão do cacique de Nossa Senhora da Guia, disse que ali, junto com outros meninos da sua idade, recebeu um padrinho que o ensinou a caçar, pescar e “respeitar os mais velhos e se tornar um adulto respeitável”. Nesta casa isolada, ele ficou longe de sua família e outras mulheres por até cinco anos. A luta de raízes que ocorre esta manhã é um dos rituais pelos quais eles têm que passar durante esse período. Meninos de 3 a 16 anos são pintados e decorados de acordo com a idade. A batalha ocorre com uma raiz, por isso o conflito tem tal nome.

 

Vídeo do ritual Oi'o:

ElPaís.Disponível-em:https://www.google.com/amp/s/brasil.elpais.com/brasil/2014/11/28/politica/1417197438_573823.html%3foutputType=amp. Acesso em: 27 dez 2021

 

FUTEBOL:

Hoje em dia, em acréscimo a suas tradicionais atividades cerimoniais e esportivas, os Xavante são ávidos futebolistas. As partidas de futebol se dão tanto no âmbito intra- como inter-comunitário. Torneios futebolísticos intra-comunitários configuram uma nova motivação para que uma determinada comunidade se reúna a fim de divertir-se com a competição esportiva.

 

OS XAVANTE NA ESFERA PÚBLICA:

A partir da segunda metade da década de 1970, tendo-se recuperado da desorientação do contato e, em muitos casos, dos efeitos devastadores das doenças e epidemias por ele induzidas, os Xavante começaram a reivindicar a recuperação de suas terras tradicionais. A proximidade geográfica em relação à Brasília e a criatividade na adoção de estratégias para conquistar a atenção pública permitiram que seus líderes fossem à capital federal para pressionar, com eficácia, altos funcionários do governo. Desde o final da década de 1980, tirando partido de mudanças promovidas pela nova Constituição brasileira, grupos xavante começaram a formar associações civis. Essas entidades permitem que recebam apoios financeiros diretos de ONGs, do Governo Federal e de outros doadores, para desenvolverem projetos em prol da melhoria das condições de vida nas comunidades. Seus esforços vão desde projetos visando à promoção da educação, das condições sanitárias, da atenção à saúde e da nutrição até planos para geração de renda. Entre os últimos, estão projetos como os de turismo eco-cultural, de manejo de caça sustentável, de criação de abelhas para a produção de mel, até a negociação de músicas xavante para a produção de alertas sonoros de telefones celulares. Associações xavante também estão envolvidas em campanhas para promover a consciência e a compreensão quanto aos programas governamentais de desenvolvimento, como a construção de represas hidrelétricas e da hidrovia Araguaia-Tocantins. Trata-se de tentativas de instruir os Xavante sobre como a implementação desses projetos, do mesmo modo que a agricultura intensiva que se pratica na região, irá afetar suas terras, os cursos de água de que eles dependem e seus meios de vida.

 

Indicação de documento para leitura:

Os Xavantes queriam suas terras e a paz. Agora só querem suas terras. Acervo Instituto Socioambiental-(ISA)-1973.Disponível-em:https://documentacao.socioambiental.org/noticias/anexo_noticia/43776_20171106_083447.PDF. Acesso em: 04 jan, 2022

 

Notícias:

 

21/07/2020 - Indígenas Xavantes são os mais atingidos pela covid-19 no Mato Grosso

Indígenas Xavantes são os mais atingidos pela covid-19 no Mato Grosso. Terras Indígenas. Disponível em: https://terrasindigenas.org.br/pt-br/noticia/207460. Acesso em: 04 jan 2022

29/11/2017 - Aldeias Xavante participam de oficinas de tecnologias sustentáveis promovidas pela Funai

Aldeias Xavante participam de oficinas de tecnologias sustentáveis promovidas pela Funai. Terras Indígenas. Disponível em: https://terrasindigenas.org.br/pt-br/noticia/185410. Acesso em 04 jan, 2022

 

Reportagens:

 

Roberto Xavante - História do Lobo-Guará

Roberto-Xavante-História-do-Lobo-Guará.Vimeo.Disponível-em:https://vimeo.com/91967660?embedded=true&source=vimeo_logo&owner=26937086. Acesso em: 04 jan, 2022

Pracé Xavante - História das mulheres guerreiras

Pracé-Xavante-História-das-mulheres-guerreiras.Vimeo.Disponível-em:https://vimeo.com/92684015?embedded=true&source=vimeo_logo&owner=26937086. Acesso em 04 jan, 2022

A vida de um Xavante

A vida de um Xavante. Youtube, canal: Wari'u. Disponível em: https://youtu.be/zW2w4uUSFQs. Acesso em 04 jan 2022

Uma casa, uma vida (2013, Xavantes,  raiz das imagens)

Uma casa, uma vida (2013, Xavantes, raiz das imagens). Youtube, canal: Raiz das Imagens. Disponível em: https://youtu.be/Hf2u0_O1XYs. Acesso em 04 jan 2022

 

 

Mapas:

 

 

 

Figura 2- Mapa de localização das terras indígenas Xavante homologadas, Mato Grosso

Fonte: Researchgate, 2010

 

 

Referências utilizadas para textos:

 

Povo Xavante. Pib Socioambiental. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Xavante. Acesso em 22 dez, 2021.

Os-rituais-dos-guerreiros-Xavantes.El-País.Disponível-em:https://www.google.com/amp/s/brasil.elpais.com/brasil/2014/11/28/politica/1417197438_573823.html%3foutputType=amp. Acesso em 29 dez, 2021

Referências utilizadas para imagens:

 

Cacique Xavante denuncia ameaças de ruralistas e fazendeiros no Mato Grosso. Jornalistas Livres. Disponível-em:https://jornalistaslivres.org/cacique-xavante-denuncia-ameacas-de-ruralistas-e-fazendeiros-no-mato-grosso. Acesso em 29 dez, 2021

Ficheiro:Luta-indígena.Wikipedia.Disponível-em:https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Luta_indigena.jpg. Acesso em 29 dez, 2021

Instituto Socioambiental, 2012. Terras Xavante. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/ wikiversity/pt/f/fb/Localizacao xavantes.jpg. Acesso em 29 dez, 2021.

Mapa de localização das terras indígenas Xavante homologadas, Mato Grosso. Researchgate. https://www.researchgate.net/figure/Figura-32-mapa-de-localizacao-das-terras-indigenas-Xavante-homologadas-mato-grosso_fig7_265381154. Acesso em 29 dez, 2021

Citando Mario Juruna: imaginário linguístico e a transformação da voz indígena na imprensa brasileira.SciELO.Disponível-em:https://www.scielo.br/j/mana/a/mZZdVmwfB5fPYBNfpTFwmJC/?lang=pt. Acesso em: 03 jan, 2022

Santos FC doa uniformes para jogadores da aldeia xavantes. Santos Fc. https://www.santosfc.com.br/santos-fc-doa-uniformes-para-jogadores-da-aldeia-xavantes/. Acesso em 03 jan 2022

Cacique xavante lider das causas indígenas morre com covid-19 em Cuiabá. G1. https://g1.globo.com/google/amp/mt/mato-grosso/noticia/2020/07/07/cacique-xavante-lider-das-causas-indigenas-morre-com-covid-19-em-cuiaba.ghtml. Acesso em 03 jan 2022