Tupinambá

Tupinambá

Os tupinambas são indígenas que por volta do século XVI habitaram toda a costa brasileira desde o Recôncavo Baiano até o atual Rio de Janeiro.

No início do século XVI ocorreu o contato entre os tupinambás e os colonizadores portugueses, havendo o choque dessas culturas tão distintas, resultando em muitas desavenças e estranhamentos por parte dos portugueses. O que mais chamou atenção dos portugueses foi a pratica canibal dos tupinambás, que causaram uma visão pejorativa por estes nativos; logo os colonizadores os consideraram selvagens, sem cultura e sem fé.


Distribuição dos grupos de língua tupi na costa brasileira no século XVI

 Partindo da análise da sociedade tupinambá, que gestou, no contexto colonial, a famosa Santidade indígena o presente texto pretende lançar olhar sobre as características sociais e culturais dos tupinambás e o seu protagonismo político no contexto colonial. Os processos desencadeados a partir do contexto de contatos interétnicos, se lidos com o devido cuidado e teor hermenêutico, podem indicar-nos as formas de reelaboração e resistência que os povos indígenas construíram a partir da exploração colonial e da catequização cristã, sendo a Santidade de Jaguaripe, e outras formas de resistência indígena nesse período, não apenas um símbolo da heresia nos trópicos, mas, sobretudo demonstração do agenciamento indígena que, atrelando o político ao religioso, conseguiu impor limites à colonização cristã. Por isso damos atenção ao contexto, às políticas indígenas, às contradições e conflitos que compõem as relações sociais e étnicas especialmente no momento de emergência da Santidade de Jaguaripe, momento no qual diferentes formas culturais, sociais e econômicas entravam em choque com o processo de colonização portuguesa.


Os tupinambás moravam em malocas. Em cada grupo local ou "tribo" tupinambás era composto por cerca de 6 a 8 malocas. A população que vivia nessas tribos girava em torno de 200 indivíduos, podendo atingir até 600.

Maloca 

Eles praticavam a caça, a coleta, a pesca, além de praticarem agricultura, sobretudo de tubérculos, como a mandioca e a horticultura. Um de seus principais cultivos era a mandioca. A divisão de trabalho era por sexo, cabendo as mulheres a realização da agricultura, o preparo da comida e a confecção de artesanato, como redes e peças de cerâmica. Os homens eram responsáveis pela caça, pesca e coleta, bem como pela produção dos instrumentos de guerra, como arcos, flechas e lanças.

A antropofagia era o principal ritual da sociedade tupinambá              


A guerra era uma parte importante da vida desse povo. Um dos rituais ligados à guerra era a antropofagia, ou seja, o consumo da carne humana. Quando derrotavam um guerreiro de outra tribo, os tupinambás comiam a carne dele. Uma característica que chamou muita atenção dos portugueses.

 

   Como vários povos cuja base econômica era a caça e a recoleção, o seu sistema de crenças assentavam na existência de espíritos e nos heróis que ensinaram as artes essenciais à vida em sociedade. Neste contexto, sem líderes instituídos, o feiticeiro ou pajé era o mediador entre o mundo invisível dos espíritos e os homens. Este papel valia-lhe uma importância acrescida aos seus dotes de curandeiro. No século XVI, assim que os jesuítas chegaram ao Brasil, tomaram em mãos a catequização dos Tupinambás. As mulheres eram o alvo preferido, por serem responsáveis pela família e demais tarefas domésticas. Que acabou fazendo aliança com o grupo dos tupis-guaranis. Em suma,  hoje em dia, o mais importante núcleo de Tupinambás no Brasil perfaz cerca de 4000 índios. No estado da Baía, junto ao litoral, a 20 quilómetros de Olivença fica a aldeia de Sapucaieira, uma das doze aldeias índias estabelecidas entre Canavieiras e Ilhéus. Os Tupinambás há muito que esqueceu a sua língua, o Tupi, agora falando apenas português, e vivem sem trabalho nem terras para cultivar. Mas traços típicos da sua cultura como a dança, o artesanato, a música e a culinária são ainda preservados. O cultivo da mandioca continua importante. Com ela são feitos farinha, beiju e giroba (uma bebida fermentada). A pesca ocorre nos rios e no mar. As mulheres também pescam com a ajuda de uma pequena rede chamada jererê. A caça continua sendo feita só pelos homens. Outra atividade importante é a produção da piaçava, uma fibra de palmeira utilizada para fazer vassouras e escovas. A coleta de caranguejos também é realizada, normalmente de janeiro a abril. Dentre os rituais dos tupinambás está o Porancim, uma dança circular.

 

Os Tupinambás de Olivença falam exclusivamente o Português. Referências históricas indicam que, no final do período das missões jesuíticas (segunda metade do século 18), alguns índios do aldeamento já falavam portugueses e a maioria falava a língua geral, o Nheengatu. As fontes do início do século 19 mencionam que a maioria dos índios falava exclusivamente o Português, mas em 1938 Curt Nimuendaju, durante uma visita a Olivença, encontrou vários índios que ainda falavam Nheengatu. Estes dados levam a crer que a generalização absoluta do Português entre os índios teria ocorrido apenas no século 20.






Índio Tupinambá. Fonte: alkimystika


Há entre os Tupinambás de Olivença um sotaque que chamam de “fala de índio” ou “fala de caboclos”. Trata-se de uma maneira pouco ortodoxa de entoar as palavras, uma espécie de sotaque característico dos índios   que vivem no interior. A “fala de índio” é um modo de falar 

que alguns rotulam de “estucado” ou “estiado”. É um ritmo na entoação das palavras que pode ser descrito, por aproximação, ao que na interpretação musical se designa como stacatto. Assim, em uma frase, cada palavra é dita de forma curta, sem prolongamentos, como se fosse intercalada por pequenas pausas.

 

O presente estudo das ideias religiosas dos tupinambás está longe de formar um todo completo. Porem, isso não impede que os povos possuam práticas pertencentes ao estoque comum da religião de todas as tribos tupi-guaranis. Como, por exemplo, a saudação lacrimosa e, sobretudo, a antropofagia ritual.

    Os tupinambás representam Maire-monan sob o aspecto de um eximi  – o feiticeiro.  Vivendo num retiro, em jejum e rodeado de adeptos,  julgavam-no não somente dotado de poderes ilimitados, mas ainda senhor da ciência completa dos fenômenos naturais e dos mistérios rituais-religiosos.

   De maneira explicita, pode-se admitir como certo que, na religião primitiva comum a todos os membros da família tupica, existia a crença em um ente poderoso criador do universo e pai da humanidade, o qual revelou a cultura da mandioca. Esse criador, após lutar contra aqueles a quem cobrira de benefícios, se retirou para uma espécie de paraíso terrestre, que servia como moradia dos mortos e de alguns vivos. Em sua qualidade de mago, o mencionado herói-civilizador também teria criado outras criaturas secundárias, geradas por suas transformações.

 

Na pratica mágico-religiosa dos tupinambás,  os povos tinham o costume de atirar penas de perdiz  à água. Além disso, o Pajé possuía uma representação mística, o maracá. Esse instrumento mágico-religioso é uma espécie de chocalho feito de cabaça, assemelhando-se a um melãozinho oco, mas cheio de milho miúdo, grãos negros ou pedras. Além disso, os tupinambás tinham adotado o costume de aspergir os fieis com água benta. Algo que também parecia se tratar de um sincretismo religioso.

 Maracás diversos da Amoa Konoya


 Referencia Bibliográfica


Tupinambá de oliveiras – Povos indígenas no Brasil disponível em:

https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Tupinamb%C3%A1_de_Oliven%C3%A7a

 

Tupinambá disponível em:

https://www.infopedia.pt/$tupinambas

 

Território brasileiro e povoamento dos Tupinambás disponível em:

https://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/historia-indigena/modos-de-vida-dos-tupinamba-ou-tupis.html

 

livro de Métraux, A. disponível em:

https://bdor.sibi.ufrj.br/handle/doc/40

 

Tupinambá Wikipédia disponível em:

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tupinamb%C3%A1s




Alunos: Alice Gonçalves, Guilherme Gusmão, Luamara Gosmes, Maria Eduarda Macedo, Vanessa Mattos, Waldaklia Cardoso